Relator afirma que não haverá um sistema tributário customizado para cada setor

Relator afirma que não haverá um sistema tributário customizado para cada setor

Durante live promovida pela Unecs, os deputados Aguinaldo Ribeiro e Efraim Filho e a assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado, debateram a reforma tributária sob a ótica do setor de Comércio e Serviços

A União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) promoveu nesta segunda-feira (10) uma live para debater as propostas de reforma tributária em tramitação, sob a ótica do setor. O deputado relator do tema na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP/PB) disse que vai trabalhar para construir um relatório que seja convergente com as propostas apresentadas pelo Executivo e as PECs 110 e 45, em tramitação no Congresso Nacional.

“Não teremos um sistema customizado para cada atividade, mas um que vai pensar o Brasil como um todo, com o mínimo de distorção possível”, declarou o deputado, chamando atenção para o fato de que não dá para agradar a todos os setores, mas que está ouvindo todas as preocupações e posições para chegar à proposta final.

Ele destaca que o aumento da carga tributária está descartado, mas que para fazer a mudança que é necessária, alguns setores terão de pagar um pouco mais. “Não podemos olhar a reforma do ponto de vista customizada para determinado setor. Queremos olhar o Brasil como um todo, para que tenhamos um sistema neutro, o mais justo possível em que todo mundo ganha de alguma maneira. Precisamos de uma proposta que torne o país mais competitivo, que reduza o custo Brasil, que seja mais simples, transparente, justo é que nos traga estabilidade”, pontuou.

Seguindo a mesma linha, Vanessa Rahal Canado, assessora especial do Ministério da Economia, disse haver um consenso de que queremos um sistema mais simples, igual, homogêneo e justo, mas que, por outro lado, alguns setores que não querem ceder de alguma maneira. “Não podemos querer que as coisas fiquem como estão. Estudamos os problemas, trouxemos soluções, mas a resposta de alguns tem sido ‘mantenham o meu regime como está’, e não vamos chegar a lugar algum dessa forma”, afirmou.

Segundo ela, é preciso entender que manter essas diferenças de tratamento vai, necessariamente, manter a insegurança jurídica e a complexidade que temos.

Outro ponto abordado pela assessora, é o fato de que, por mais que o governo tenha essa intenção, no momento não é possível reduzir a carga tributária, especialmente por conta da pandemia. “Isso significa que cada alíquota, cada setor beneficiado custará a alguém. Portanto, teremos uma discussão transparente, e necessária, sobre quem vai pagar a conta sobre determinados benefícios”, aponta.

Vanessa disse, ainda, que este é o momento mais importante de discussão da reforma, e que é preciso dialogar com todos, dada a dimensão da mudança que deve ser feita no sistema tributário.

O presidente da Unecs e da CACB, George Pinheiro, disse que há uma ansiedade muito grande em torno dessa discussão, principalmente no que diz respeito à carga tributária que aflige o setor de comércio e serviços. “É fundamental que haja discussões com o governo e o Congresso para encontrarmos meios de manter nossas empresas vivas”, declarou.

Já o deputado Efraim Filho (DEM/PB), presidente da Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo (FCS), destacou a relevância do tema para o setor sobre o qual pode recair um ônus muito pesado, mesmo sendo detentor de uma fatia muito importante do PIB brasileiro. “Ainda há muito o que ser esclarecido. É importante ouvir as contribuições de quem vive o dia a dia da atividade econômica, quem faz parte do cotidiano das atividades, pagam os tributos e suportam os encargos”, observou.

Na próxima semana, a Unecs deve promover uma nova live, com novos convidados, para continuar debatendo a reforma tributária. A transmissão desta segunda-feira está disponível neste link.